sábado, 24 de novembro de 2012

Mochila: herói ou vilão, na saúde das crianças.


Um trabalho promovido pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) em parceria com a Liga de Trauma da Universidade Federal de Sergipe, constatou que o uso de mochilas pode prejudicar a postura de crianças, principalmente, entre os menores. O estudo feito com estudantes entre 9 e 12 anos, que carregavam mochilas, concluiu que 77,5% se queixaram de dor nas costas e 30% já apresentavam variações posturais importantes.
Um dos pesquisadores, Luiz Carlos Lopes, explica que cerca de 80% dos estudantes transportava a mochila de forma correta. “O problema estava no peso excessivo do acessório, superior aos 10% do peso da própria criança”.
O estudo avaliou a massa corporal (kg), estatura dos alunos (cm), presença de alterações posturais, quantidade de carga transportada (kg), modelos e modos de transporte das mochilas. “Setenta por cento das mochilas estavam acima do peso recomendado”, lembra Luiz Carlos Lopes.
A SBOT promove com regularidade ações para orientar e alertar os pais a respeito dos cuidados básicos para o uso adequado da mochila:
A SBOT alerta:

  • A criança não pode carregar na mochila mais do que 10% de seu peso;
  • Nunca carregá-la com apenas uma das tiras passada pelos ombros, pois isso pode provocar escoliose;
  • As tiras devem ser tensionadas para que a mochila fique bem junto ao corpo, e cinco centímetros acima da linha da cintura.
Para o presidente da SBOT, Osvandré Lech, o problema da mochila tem várias facetas, pois falta regulamentação sobre o assunto e os estudantes acabam carregando diariamente livros e cadernos em excesso para acompanhar as aulas.
Ele defende ampla discussão do tema, pois tanto é necessário que os pais verifiquem se o peso que a criança carrega não é excessivo, como é preciso pensar em soluções alternativas. O armário para deixar os livros na escola é uma delas, comum nos Estados Unidos, ou a maleta com rodinhas, para ser puxada e não carregada. E até as editoras que precisam pensar em soluções. Na França, por exemplo, a gramatura das folhas dos livros é menor para as publicações escolares. Fonte: Assessoria de imprensa da SBOT.

Pesquisadores do Cincinnati Children''s Hospital, nos Estados Unidos, analisaram que crianças que dão entrada no pronto socorro do hospital e verificaram que 23% delas tinham queixas causadas pelo uso inadequado da mochila. Esse número não se restringe apenas a lesões na coluna e sim a 19 tipos de lesões no ombro. Pesquisa realizada em São Paulo (SP), indica que a porcentagem é de 9% nas crianças em idade escolar, mas com a volta às aulas, esse número aumenta em 15%.

A maneira de carregar, erguer ou retirar a mochila das costas também deve ser supervisionada. Se comparada a bolsas de uso lateral, a mochila tem uma melhor aceitação, pois distribui o peso dos objetos pelos músculos e abdômen. Porém, se estiverem com peso acima do recomendado, podem causar um grande mal à saúde dos ombros das crianças.

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